quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


Muitas são as teorias e opiniões sobre a origem do Carnaval. Mas numa ideia todas elas convergem: a transgressão, o prazer, a carne, a festa, a dança, a música, a arte, a celebração, a inversão de papéis, as cores e a alegria, fazem parte da matriz genética de uma das manifestações populares mais belas do Mundo. Provavelmente terá tido origem no Antigo Egipto, ou mesmo muito antes. Frequentemente, foi alvo da repressão de quem não tolerava a subversão de um mundo virado do avesso.
Há efectivamente duas correntes distintas na abordagem da origem da palavra e que se baseiam em duas oposições hoje presentes nas celebrações do Carnaval.
A primeira é a oposição entre a ordem e a desordem, entre o mundo visível e quotidiano e as pulsões inconscientes, entre a representação e a vontade, entre o mundo que vemos e o mundo visto de cabeça para baixo.

Nesta linha, a palavra «Carnaval» teria a sua origem no vocábulo latino Carrum Navalis, os carros navais que faziam a abertura das Dionísias Gregas nos séculos VII e VI a.C., e onde a euforia e a inversão de valores se estendiam pelas ruas das cidades.

A segunda oposição, com origem marcadamente cristã, é entre a Quaresma e o Carnaval, ou entre a terça-feira de Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas (que marca a entrada no período da Quaresma). A palavra terá surgido quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao domingo anterior deu o título de dominica ad carne levandas, expressão que se teria sucessivamente abreviado para carne levandas, carne levale, carne levamen, carneval e carnaval, todas variantes de dialectos italianos (milanês, siciliano, calabrês, etc...) e que significam acção de tirar, quer dizer: "tirar a carne", ou "adeus à carne".
A terça-feira, seria legitimamente a noite do Carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum (Quaresma).

O Carnaval português, que foi exportado para as antigas colónias, em especial para o Brasil (por volta de 1723), e sempre teve características bem diferentes do de outros países da Europa, sendo reconhecido até mesmo por autores portugueses como uma festa cujas características principais eram a porcaria e a violência.
Clica aqui e vê como era.

O Carnaval de antigamente não era como hoje um desfile de corsos e meninas a dançar com pouca roupa, como no Carnaval brasileiro. (Não nos podemos esquecer que na altura do Carnaval, no Brasil é Verão, mas cá não, brrrr...)
As pessoas mascaravam-se, pregavam partidas, gozavam com as outras pessoas pois estando disfarçadas podiam fazê-lo sem serem reconhecidas.
Faziam "assaltos", que era irem ter com alguém em especial (de que se gosta,ou não) e fazer-lhe a vida negra para se gozar com essa pessoa até se fartar, deixando tudo em desalinho.
O Carnaval de cada terra tinha o seu rei, o Rei Momo, que também tem uma rainha. A corte tem vários ministros (a fingirem que estão sempre bêbedos) e imensas "matrafonas", que são homens vestidos de forma ridícula ou de mulher.
Normalmente há zés-pereiras que acompanham e animam o desfile, a tocar bombo, ou "tropas fandangas" também a tocar e a fazer disparates. Também aparecem gigantones e outros disfarces.

Hoje em dia Portugal ainda tem Carnavais com muita força e tradição: Cabanas de Viriato, Ovar, Torres Vedras, Alcobaça, Loulé... E muitos mais, pois por todo o lado se brinca e se organizam festejos e bailes de Carnaval.


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